As cordas vocais dão duro toda vez que batemos um papo. Mas, se trabalham além da conta, ficam expostas a problemas sérios. Entenda o que prejudica a voz e o que ela comunicam sobre a sua saúde.
Os sons que soltamos pela boca revelam muito sobre o estado do organismo. A começar pela condição das próprias cordas (ou pregas) vocais. Entre os problemas mais recorrentes estão nódulos, cistos, hemorragias e laringite. “Gritar com frequência pode fazer com que essas lesões apareçam”, informa a fonoaudióloga Ana Elisa Ferreira, da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. “Assim como outros músculos, as pregas vocais precisam de condicionamento, em especial quando seu uso é intenso. Caso contrário, o risco de lesão é grande”, arremata.
E atenção: embora professores, cantores e radialistas estejam mais predispostos a esses males, pesquisas apontam que a probabilidade de qualquer pessoa desafinar feio ao longo da vida é de 30%. “Se a voz ficar aguda, engrossar ou houver dificuldade para conversar, deve-se buscar ajuda”, orienta Mara Behlau, fonoaudióloga e diretora do Centro de Estudos da Voz, na capital paulista. Além de consultar um expert, é fundamental manter os chamados hábitos de higiene vocal, que incluem beber muita água, não pigarrear, dialogar em um volume adequado, fugir do tabagismo e do consumo excessivo de álcool…
Sinal de Parkinson
No entanto, apesar de mudanças no jeito de falar geralmente estarem ligadas a encrencas menos graves, há casos em que doenças sérias dão pistas de sua progressão por meio da voz. Uma delas é o Parkinson, caracterizado por, entre outros sintomas, tremores involuntários. Aliás, a dificuldade para se comunicar costuma ser um dos primeiros sinais desse mal neurodegenerativo. “O transtorno enrijece os músculos, inclusive os da laringe. Daí a voz fica baixa, fraca e pouco melódica”, explica Mara.
A rouquidão é outro fator que não pode passar em branco – ainda mais se dá as caras sem um motivo aparente. Afinal, é por meio dela que o câncer de laringe tende a se manifestar. “A alteração preocupa principalmente se permanecer por mais do que duas semanas”, alerta o otorrinolaringologista Alexandre Enoki, do Hospital Paulista, em São Paulo. Cuide de suas cordas vocais e, acima disso, escute o que elas têm a dizer. Seus conselhos podem livrá-lo de uma porção de problemas.
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http://mdemulher.abril.com.br/saude/reportagem/prevencao-trata/sua-voz-diz-sua-saude-773069.shtml
Reportagem: Luiza Monteiro
Fonte: MdeMulher
Foto: Getty Images